sexta-feira, 23 de abril de 2010


Na vida tudo é transitório
Do nascimento até a morte do sujeito
No paraíso, no inferno ou purgatório
O “para sempre” terá o seu efeito
Atravesso primaveras sem florescer;
Verões sem sentir o calor do sol;
Outonos sem em mim nada perecer;
E o inverno... Em mim ele passou
Amadureço como fruto saboroso
Mas corro o risco de apodrecer na sua boca
É ilusão esse aroma gostoso
Que seus sentidos em mim desembocam
O relógio derrete sobre a mesa
Não tenho pressa de pegar os restos do tempo
Faço um vôo e aterrisso ilesa
Tiro minhas asas e deixo-as ao relento

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