quinta-feira, 30 de junho de 2011

Amor próprio


Eu tenho despertado com uma enorme vontade de ficar na cama. Envolvida pelo cobertor, protegida do barulho, mas perturbada pela minha própria consciência. Porque sempre algo me perturba; é quase uma necessidade de contrapor a felicidade, o alivio, o prazer... Tenho sempre a impressão que carrego dentro de mim essa roseira cheia de espinhos. É como se o sorriso forçasse uma lágrima, o abraço sufocasse o peito e a conversa já não mais fizesse sentido.
Os outros não entendem. Talvez eu não os deixe entender. Eu, eu mesma não me entendo. E acho que a maior dificuldade é querer se explicar. Estou cansada. Cansada de me jogar tantas vezes contra a parede e esperar ser acolhida pelo braços de alguém. Enquanto não me amar, não posso compreender o amor de ninguém, porque duvido do meu amor próprio em alguns momentos. Eu levei tanta porrada nessa vida, que reconheço a cada dia a marca das minhas próprias mãos.
Por isso o perdão se faz necessário todos os dias. Eu sou humana. E isso não implica nenhuma definição melhor que essa: eu sou complexa, única e singular. Só me resta aceitar. Enquanto isso, vou sobreviver a mim mesma. E a felicidade que não se incomode; seu tempo vai chegar.

Um comentário:

  1. Bela postagem viu?!
    Tenho certeza que cobertores de vez em quando não são nem de longe ruins, só quando se tornam um hábito. rs
    Ps. Falou a especialista da casa! kkkkk
    Ps². Que não se incomodem, pq tudo tem um tempo.
    :)

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