sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Você já teve que refazer um sonho?


Nesses dias tenho pensado muito sobre a minha vida. E talvez por isso estive tão melancólica. Bati o recorde de lágrimas em duas décadas de existência: três dias seguidos. Pra minha sorte, elas não formaram poças d’água no chão... Só encharcaram a janela da minha alma.
“Quando a boca cala, o corpo fala; quando a boca fala, o corpo sara”. Um dos piores castigos que já me impus foi calar meu sofrimento com medo de me tornar fraca o expondo tão deliberadamente. Não estou dizendo “olha, pega um alto-falante e vai pra praça mais movimentada e grita as tuas dores”, por que isso é perturbar a ordem natural do vento. Mas eu sei o quanto dói gritar em silêncio. Por isso não espere que apareça anjos na sua vida para ouvi-lo; temos nós também a nossa divindade e podemos bater na porta do céu procurando por eles. Cuidado na porta que bates, muitas vezes é um bar, do tipo “inferninho”, que te embriaga as percepções e provoca uma tremenda dor de cabeça.
Retomando a linha do meu pensamento... Uma frase repercutiu na minha mente de maneira tão avassaladora como uma peça de dominó que empurra sucessivas outras peças: “Você já teve que refazer um sonho?” Refazer um sonho... Não seria mais fácil desistir dele? E construir outro? Mas estamos falando de algo muito maior. Será que não nos submetemos tanto aos outros que lhes permitimos reconfigurar a nossa vida a ponto de esquecermos a idéia original, o plano piloto, aquilo que nos impulsionou a seguir em frente? Já parou pra pensar nisso?
Tive que destruir sonhos, construir novos e refazer boa parte deles. E pior: chego a alguns momentos ter crises que podem durar de minutos a horas de ausência de sonho. Sim, é tão ruim como faltar o ar para respirar. A sensação é de desmoronamento, impotência e, consequentemente, infelicidade. Imagine o quanto isso pode se tornar prejudicial para alguém a longo prazo.
Por isso, eu resolvi mudar. Não é fácil, mas se consegui modificar meus sonhos, posso mudar minha maneira de sonhar.

PS: Um dia de cada vez.

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