quarta-feira, 27 de julho de 2011

Talvez devesse ser filha do Sol e da Lua


Despencar do céu é tão doloroso como nunca ter voado. Andar nesta terra seca e cheia de pedras custa o suor do meu rosto e por vezes as lágrimas dos meus olhos. O choro chega a ser tão arrebatador que a alma parece estar sendo arrancada e jogada ao chão. E o chão treme de desespero pela angústia dos seres sofredores. Porque alguém sofre por um e o um sofre por esse alguém e o terceiro sofre pelos dois; e essa sina parece bem injusta. Mas o que dizer disso tudo? O aperto no peito não me deixa dizer nada. E quando permite, engasgo na metade da frase.
Desejaria ser filha do Sol e da Lua... Estaria sempre com os dois, mas eles não precisariam estar juntos um do outro. Não brigaríam, não teriam discussões;sem sofrimento. Um na companhia das nuvens e o outro das estrelas. E eu estaria ali, como sempre estive, entre o dia e a noite, entre o claro e o escuro... Entre um e o outro. É, talvez devesse ser filha do Sol e da Lua. Mas se não for possível, talvez aceite ser adotada por algum anjo que me leve para o céu novamente. Não ter como voltar é tão triste como ter vindo parar aqui contra a vontade. É neste momento que se faz necessário ser forte, mesmo que a força seja tão grande como o medo. Tenho medo do meu futuro, mas sei que a minha fragilidade em relação aos meus sentimentos pode ser uma forma de vencer a dor. Porque se eu deixasse de sentir, quem eu seria? Eu ainda não sei lidar plenamente com isso, mas posso aprender. Que o Universo conspire para que eu não pare de respirar antes disso acontecer.

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