domingo, 9 de janeiro de 2011

Relógio parado


Nesta casa o passado vive. Entre os quadros antigos e as fotos amareladas, sinto o pulsar dos relógios de ponteiros parados. Na mobília que não mudou de lugar esbarro com as minhas lembranças, no silêncio dos quartos eu tampo os ouvidos para não machucá-los com os gritos de raiva e os gemidos de dor...
Isso não se chama saudade. Na minha ingenuidade infantil não via o que as cortinas cobriam, os que as portas trancavam, o que as pessoas escondiam(de si mesmas). É triste macular o que se foi; é penoso ver que o pretérito imperfeito ainda circula por entre os cômodos.
Espero poder seguir. Sabendo que a família é a minha base,mas também é o meu poço... Desejando fotografias de um futuro mais feliz. Porque nesta casa, o passado ainda vive.

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