sexta-feira, 23 de abril de 2010


Na vida tudo é transitório
Do nascimento até a morte do sujeito
No paraíso, no inferno ou purgatório
O “para sempre” terá o seu efeito
Atravesso primaveras sem florescer;
Verões sem sentir o calor do sol;
Outonos sem em mim nada perecer;
E o inverno... Em mim ele passou
Amadureço como fruto saboroso
Mas corro o risco de apodrecer na sua boca
É ilusão esse aroma gostoso
Que seus sentidos em mim desembocam
O relógio derrete sobre a mesa
Não tenho pressa de pegar os restos do tempo
Faço um vôo e aterrisso ilesa
Tiro minhas asas e deixo-as ao relento

sábado, 17 de abril de 2010

Árvore



Do ponto se expande garras
Adentram a terra sem piedade
A vida se solta das amarras
Libertando-se da mediocridade

Afunda-se no caos, se eleva ao horizonte
Expande com certa facilidade
O enorme poder que vem de sua fonte
Evidenciando Luz e Verdade

Florescem almas desgarradas e solitárias
O vento leva e elas caem em algum corpo
Surgem personificações revolucionárias
Ou personas que se desfazem com o sopro