quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Admirando o crepúsculo... Refleti.


Vida... Oh, vida que me persegue como que para me consumir. Diria mais: existência que me absorve entre alegrias e tristezas, no movimento contínuo de construção e desconstrução, ampliando as possibilidades, revertendo as impossibilidades, promovendo o saber mútuo, reciproco e auto didático. E o que me encanta é a beleza dos novos horizontes, do encontro entre o mistério e a curiosidade, do inusitado com a abertura de cada ser, do meu EU com o seu, do seu com o outro, do outro comigo... Performance autêntica não?
Abrir-se é tão fácil, mas tão difícil. É fácil porque depende de você; é difícil porque depende dele: o seu medo. Então imagina se você não tivesse medo... Seria uma vida plena. E a plenitude é algo a ser conquistado todos os dias. A confiança de estar presente em cada momento da vida, sem pausa, sem volta, sem adiantar ou pular qualquer parte dela. É estar-nela, vivendo. Desejo uma vida plena à todas as pessoas. Mesmo que não seja longa, mas que seja plena enquanto dure.
Não perca tempo (ele existe?) com tudo aquilo que lhe impede de vivenciar o momento exato de ser. Eterno estar, efêmero ser, único e inconfundível habitante desta morada. A morada singular de cada alma merece respeito; nunca a profanação, tampouco a inquisição e condenação vinda de pessoas alheias à própria vida. Não julgue, para não seu julgado. E mesmo que não o fosse... Não julgue. Não faça das suas ações meras réplicas das ações de outras pessoas, coloque você no ato e receba o que lhe pode retornar, de peito aberto: O que saí do coração volta a ele.
Independente do outros, parafraseie você mesmo. Inaugure um novo sorriso a cada dia que começa, ponha luz no seu olhar e procure sempre o melhor daqueles que o rodeia. O que te move a procurar o que não lhe vale e só faz mal? Que procuras no escuro, que não enxergas na luz? Poderia continuar a divagar por entre mais palavras e mil e um pensamentos... Entretanto apenas deixo um convite final: vamos saborear a nossa existência?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Das trevas se enxerga a luz


Já fazia um tempo que nada escrevia aqui.
Já fazia um tempo que não olhava para mim... E chorei.
Lamentei por ter permitido certas violências, por ter insistido na esperança de que a alquimia fosse dar jeito nas criaturas mais mundanas. Ilusão. Agora preciso suportar esse aprisionamento e esperar que humildemente minhas asas se refaçam e eu possa voar para bem longe daqui. Tudo aquilo que construí nada mais foi que uma prisão. Um labirinto repleto dos monstros que mais temi: falsidade, mediocridade, injustiça, ódio, ganância, inveja, covardia. E tantos outros que não se nomeiam pela insignificância que representam.
Fui ingênua. E preferi ficar na ingenuidade, porque nesse olhar pude ver a verdade. A verdade que só os bons olhos enxergam. A verdade que gritaram aos meus ouvidos, não para me cuidar, mas para me tornar ainda mais vulnerável a essa dor.
O que eu posso dizer agora? Nada. Oferecerei a vocês o meu silêncio, a minha ausência, a minha solidão. Não posso mais carregá-los nas costas, na barriga, na cabeça ou no coração. Vocês arrancaram de mim o que tinha de bom; aproveitem e levem o que há de ruim também, que faz parte do pacote.
In tenebris lucem vides...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

...


Dificil. É dificil confessar que estou fraquejando novamente. Estou sucumbindo a tudo aquilo que achei estar superado. Voltaram para me puxar ao buraco que saí em desespero. Todos os sentimentos que acreditei estar enterrados... Ressurgem das trevas para me levar a escuridão.
E como sei que está acontecendo isso?
Aquilo vai lhe cutucando e no princípio você nem se incomoda. Só que com o tempo, começa a machucar, a ferir, a sangrar... Até que magoa. E tudo volta como se você estivesse sendo virado do avesso e tivesse que suportar calado a dor. E no fundo, tudo o que quer é dormir. Porque o sono traz consigo a possibilidade de sonhar. E o sonho é o que me resta.
E você me olha com ar de tédio. Porque já me viu assim, já me viu cair e também levantar após as piores das quedas. Essa história você já conhece bem. E esse é o problema. A história pode ser a mesma, mas nunca é igual. Não se sofre igual uma dor anteriormente vivida. Porque se ainda dói, a dor é maior para se fazer sentida depois da letargia que ela deixa depois que você se acostuma. E essa dor é carregada de angústia. Essa dor está sempre junto, pronta para te exigir um punhado de lágrimas e alguns nós na garganta.
E o meu sorriso se assemelha a de um palhaço, pintado no meu rosto...
O tempo vai me acompanhar neste caminho, ele é o único que certamente não parará por causa dos meus problemas.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Talvez devesse ser filha do Sol e da Lua


Despencar do céu é tão doloroso como nunca ter voado. Andar nesta terra seca e cheia de pedras custa o suor do meu rosto e por vezes as lágrimas dos meus olhos. O choro chega a ser tão arrebatador que a alma parece estar sendo arrancada e jogada ao chão. E o chão treme de desespero pela angústia dos seres sofredores. Porque alguém sofre por um e o um sofre por esse alguém e o terceiro sofre pelos dois; e essa sina parece bem injusta. Mas o que dizer disso tudo? O aperto no peito não me deixa dizer nada. E quando permite, engasgo na metade da frase.
Desejaria ser filha do Sol e da Lua... Estaria sempre com os dois, mas eles não precisariam estar juntos um do outro. Não brigaríam, não teriam discussões;sem sofrimento. Um na companhia das nuvens e o outro das estrelas. E eu estaria ali, como sempre estive, entre o dia e a noite, entre o claro e o escuro... Entre um e o outro. É, talvez devesse ser filha do Sol e da Lua. Mas se não for possível, talvez aceite ser adotada por algum anjo que me leve para o céu novamente. Não ter como voltar é tão triste como ter vindo parar aqui contra a vontade. É neste momento que se faz necessário ser forte, mesmo que a força seja tão grande como o medo. Tenho medo do meu futuro, mas sei que a minha fragilidade em relação aos meus sentimentos pode ser uma forma de vencer a dor. Porque se eu deixasse de sentir, quem eu seria? Eu ainda não sei lidar plenamente com isso, mas posso aprender. Que o Universo conspire para que eu não pare de respirar antes disso acontecer.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Escreva hoje


Enquanto elas quiserem escapar dos meus dedos, resta-me apenas escrever. Enquanto houver sentimento, razão, pensamento, suposição... Enquanto o sentido ainda existir e mesmo na falta dele, continuarei a escrever. Mesmo a resposta sendo um não. Mesmo com o traço torto, com os olhos embaçados, a cabeça maluca, o coração confuso... Tudo isso não as impede de fugir das minhas mãos. E que corram, percorram e discorram sobre o papel, a tela, o imaginário, as paredes, as teclas... As reticências farão a ponte de uma frase e outra, e outra, e outra, e outra. Eu quero mais é ouvi-las transpor as barreiras do meu espaço e sussurrar nos ouvidos dos meus vizinhos, construindo outros caminhos e possibilidades para cada um deles, hipnotizando até o mais distraído ser. E se achar que a tristeza, a dor, a angústia, ou até mesmo a alegria, o prazer e o bem-estar estão por lhe consumir, não esqueça que elas estarão lá, expressando e dando vazão a tudo isso.
As palavras são mais do que minha mão pode escrever, mas ainda podem ser menos do que quero transmitir.

sábado, 23 de julho de 2011

Amy Jade Winehouse

Adeus.
Que a eternidade possa te fazer melhor do que todos aqueles que te cercaram. Que a sua voz, inconfundível e única, ecoe ainda muito tempo em nossos ouvidos. Lembraremos do seu olhar,por ora riscado com um negro curvilíneo, outras vezes borrado depois de uma noitada daquelas. Não importa os erros, as mancadas, as falhas... Você já tinha nos avisado disso: "You know that I'm no good". O seu visual marcante, cheio de cores vibrantes e teu cabelo farto, agora dão lugar a uma lembrança em preto-e-branco. A pin-up se vai. O teu talento nunca será esquecido. Você trilhou um caminho tortuoso. A química que te levou o corpo, não sucumbiu a alma. Ela ainda vai permanecer em cada verso das suas músicas e até no silêncio gritante de cada espaço. "A cortina caiu, agora você está só com você mesmo". Você disse "NÃO" para a reabilitação; hoje você partiu.
"Nós apenas dizemos adeus com as palavras..."

Amy Winehouse (1983-2011)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ouça


Vamos a mais uma tentativa. Escutar a alma é doloroso e exige um pouco de paciência. Por isso sempre coloco música para confortá-la. A música me ajuda a ir mais fundo, a ir mais longe, a continuar... Quando só dá vontade de deitar, chorar e sofrer, tento permanecer aqui, ouvir música e escrever. Eu queria acreditar que todas as oscilações de humor que tenho são relacionadas aos hormônios femininos. Mas como nunca fui muito adepta em crenças absolutamente orgânicas, devo dizer que meu emocional está refletindo algo mais, muito maior do que o fluxo mestrual. Escutar música me faz bem desde que me entendo por gente e só através da música é que estou escrevendo agora. Porque a melodia me faz lembrar que tenho um coração, me faz sonhar, me faz sentir, me obriga a estar além do aqui e agora, me colocando em um lugar que transcende qualquer coisa que possa ter vivido. É... Já criei lugares onde o caos da minha vida era apenas algo que podia ser colocado em ordem, pura e simplesmente. Minha terapia tem sido regada a lágrimas, meu terapeuta tem se mostrado atraves dessas músicas, minha solução está longe de chegar.
Ainda estou construindo minha oração, meu templo. A única certeza é que ela será cantada e ecoará neste local sagrado: meu lar. Enquanto eu não tiver um, talvez eu deixe uns versos soltos pelo caminho. E quem sabe, quantos possam entrar para o coral e ampliar ainda mais o cântico de paz que necessito ouvir...

sábado, 2 de julho de 2011

Meu amor de cordel


Era uma vez uma história de amor. Daquelas que só acontece uma vez, porque o amor é coisa diferente, que não acontece igual pra todo mundo não.
Tinha a mocinha, que sempre foi muito esperta, desenrolada na ponta do lápis e sabida nas conversas. Pena que não era muito entendida dos assuntos do coração, sofrendo feito criança que solta sem querer um balão e ele 'avoa' para além da sua visão. Ela trazia nos seus versos um pesar sem tamanho, uma tristeza arrastada, um desabafar meio estranho. Parecia que a jovem sofria em demasia, por amores não correspondidos, nem sorrir ela sorria; seria o caso dela não ver, que existe sempre alguém, para além do seu sofrer?
E não é que um dia, ela se atentou a olhar, para olhos além daqueles que só danavam a chorar e viu dentro deles, um tímido sorriso a espreitar? Eita, que agora o coração bateu forte e pensou logo consigo "será essa a minha sorte?". O moço se aproximava, manso como passarinho que tá no ninho, se aconchegando bem perto da mocinha, quase dizendo "não quero ficar mais sozinho". E todas as vezes que chegava, abria os braços como se fosse voar, mas só queria mesmo era não deixar escapar, a moça misteriosa, bonita e formosa, que se apertava no seu peito como se nunca mais fosse dali se soltar. E a moça nem queria fugir, ficava nesse arrudeio não por maldade, mas porque a felicidade, a tempos não se mostrava e vai que esta danada, estivesse a confundir.
Porém, o amor é algo que não se explica, se entende ou justifica; apenas se sente e multiplica. Então o moço e a moça, numa noite de luz cheia, olharam para sua madrinha, redonda e branquinha, e resolveram que a partir daquele dia, juntos iriam ficar. Com um beijo daqueles de cinema, os dois ficaram mudos e deixaram seus corações falar. E o amor reina desde esse dia, com os pombinhos apaixonados, suspirando por entre a gente e dizendo um 'eu te amo' sempre sorridente.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Amor próprio


Eu tenho despertado com uma enorme vontade de ficar na cama. Envolvida pelo cobertor, protegida do barulho, mas perturbada pela minha própria consciência. Porque sempre algo me perturba; é quase uma necessidade de contrapor a felicidade, o alivio, o prazer... Tenho sempre a impressão que carrego dentro de mim essa roseira cheia de espinhos. É como se o sorriso forçasse uma lágrima, o abraço sufocasse o peito e a conversa já não mais fizesse sentido.
Os outros não entendem. Talvez eu não os deixe entender. Eu, eu mesma não me entendo. E acho que a maior dificuldade é querer se explicar. Estou cansada. Cansada de me jogar tantas vezes contra a parede e esperar ser acolhida pelo braços de alguém. Enquanto não me amar, não posso compreender o amor de ninguém, porque duvido do meu amor próprio em alguns momentos. Eu levei tanta porrada nessa vida, que reconheço a cada dia a marca das minhas próprias mãos.
Por isso o perdão se faz necessário todos os dias. Eu sou humana. E isso não implica nenhuma definição melhor que essa: eu sou complexa, única e singular. Só me resta aceitar. Enquanto isso, vou sobreviver a mim mesma. E a felicidade que não se incomode; seu tempo vai chegar.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Regresso


Estou de volta. E desde a última vez que aqui estive o tempo passou de forma violenta para mim. O caos me alugou, se hospedou no peito e incomodou seu vizinho de cima. Minha cabeça está ainda confusa. As palavras estavam brigadas, uma correndo da outra por não querer nada expressar... A pior expressão do meu rosto está neste olhar ainda franzido, nesses olhos caídos, prestes a despencar em lágrimas. Porque esta dor está corroendo toda a minha vida, arrancando à força o meu sorriso, despedaçando meus sonhos, transformando-me em pó. Eu sinto falta de mim, de uma pessoa que sonhava tanto, ao ponto de multiplicar sua existência em toda a parte, impregnando tudo a sua volta de possibilidade.
Mas a vida, essa caixinha de surpresas, decidiu que eu deveria pôr meus pés no chão. Então aposentei minhas asas, caminhei por todo esse tempo e percebi o grande estrago feito. Uma hemorragia. Grande parte de mim se evadia. Fui deixando pelo caminho minha vida. E quando olhei para trás, já não a vi. Tive então que procurar ajuda. Alguém que recuperasse tudo o que eu poderia ter de bom. Foram então surgindo uma legião de anjos, com a missão de reconstruir tudo aquilo que tinha perdido: o amor, a esperança, a confiança, a espontaneidade, a fé. Já não sabia mais quem eu era, já não sabia mais quem poderia ser.
Então lancei-me novamente...Entre meus medos lá estava eu, encarando concorrência, inveja, falsidade...Estava mostrando minha competência ao extremo, esgotando minha energia para assim poder me sentir viva. E continuo assim. E sei que esse ainda não é o caminho pleno que devo seguir. Mas estou me recuperando de um baque atrás do outro. Tiraram-me minha paz, minha quietude, meu orgulho, minha sanidade... E esse é o meu atual quadro, me perdi no tempo e no espaço, porque alguém achou interessante me colocar nessa estufa, ou para eu evoluir ou para terminar de me matar. Eis que eu digo para você: eu ainda estou aqui. Eu ainda estou aqui. E-U-A-I-N-D-A-E-S-T-O-U-A-Q-U-I!

domingo, 22 de maio de 2011

Seja


Jogue para mim. Jogue todas as suas expectativas, sonhos, desilusões, frustrações... Coloque-os todos sobre a mesa. Mas não espere que tudo se mostre assim. Porque ainda há o que você irá guardar pra si mesmo. Então não me peça para responder questões não feitas, indagações não proferidas, falas silenciadas. Sou sensível ao teu sofrimento, mas não sou imã de segredos.
Revele-se através dos teus olhos, deixe rolar essas lágrimas que contam mais sobre ti do que podes imaginar. Converse consigo mesmo e veja o verdadeiro responsável pelo aperto que sentes no peito, pela insegurança do próximo passo, pela tristeza que transparece nesse meio sorriso. Ergue-te e ocupa o teu lugar nesse mundo. Se achar que não tem um, construa-o. Mas não permanece nesta inércia, sem saber quem é, de onde veio, onde quer estar e para onde vai. Parar no tempo é tão terrível quanto simplesmente não existir. É perder as esperanças...
Se um dia acordar achando que não tem sentido levantar da cama, sacuda-se e desperte deste pesadelo. Não é fácil, não é fácil, não é fácil. Mas se fosse impossível não teria aberto os olhos, não sentiria as batidas do seu coração, não sentiria o ar atravessar seus pulmões. Depois disso, caro amigo, significa que tem uma nova chance de recomeçar. Aproveite.

domingo, 15 de maio de 2011

Dia(s) de depressão


Descanso meu corpo neste precipício
Sem enxergar horizonte a minha frente
É triste todo esse meu suplicio
Mas só sabe quem o sente
É estar na cama sem desejo de levantar
É continuar na cama sem conseguir dormir
É sair perdedor sem nem mesmo jogar
É estar cansado, sem do lugar sair
É preencher com lágrimas o vazio
É estar contigo, mas estar sozinho
Quando dormindo, não querer acordar
Mesmo querendo, a energia faltar
É expandir a dor no peito
E sentir que já está acabado
Que nada mais tem jeito
Que não há como ser melhorado
É não lembrar do que veio fazer aqui
Do precipício então levantar
Porque ainda não consigo decidir
Se eu pulo ou me deixo empurrar

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Eu Sou


Eu estava fora de mim. Estava em algum lugar, distante desta pessoa que vos fala. Correndo do próprio reflexo, temendo qualquer aproximação entre o que estava dentro e fora. Dentro e fora. E talvez essa seja minha grande contradição, acreditar que tinham duas pessoas dentro, quando na verdade existiam duas pessoas solitárias, cada qual no seu lugar. No lugar onde coloquei cada uma delas. Aqui dentro de mim estava aquela que agora escreve; a que estava fora, foi para algum lugar do qual espero não encontrar. O amor próprio é fundamental para a sobrevivência, a dignidade para consigo mesmo é essencial para ser feliz e o desejo de mudanças é o que me motiva para continuar nesta caminhada. Reciclei meu lixo mental; estou buscando minha sustentabilidade. Resolvi me adotar como pessoa, me assumir como eu mesma, mostrar para quê vim. Dispenso apresentações, anúncios ou demais cordialidades. Cansei de passadas de mão na cabeça e de tapas na cara. Agora sou eu que estou no comando da minha vida e não relego responsabilidades a mais ninguém. Por mais defeitos que eu tenha, virtudes suficientes possuo para equilibrá-los. E com essa nova postura espero não magoar mais a mim, que sofreu nas minhas mãos por tanto tempo, que lamentou em silêncio no canto mais obscuro do meu ser. Sou esta que seus olhos podem ver... Sou esta que agora posso ver.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Estiada


O céu hoje acordou com a mesma expressão que a do meu rosto... Nublado, com probabilidades de pancadas de chuva ao longo do dia. E choveu. Choveu com tamanha densidade que pensei que iria inundar tudo a minha volta. Mas a minha catastrófe pessoal não seria suficiente para mudar o eixo da Terra. Então o jeito foi, depois dos estragos, recomeçar. Nenhum recomeço das cinzas, apenas levantar da cama já estava de bom tamanho. Tenho muito que aprender sobre os outros,mas principalmente sobre mim mesma. Você pode passar por diversas situações e culpabilizá-las pelos seus fracassos, não os julgo por isso, pois não sou ninguém para condenar nesse sentido. Prefiro repetir dentro da minha cabeça que "eu posso mudar,posso fazer diferente". Não é fácil... Para alguém acostumada com o pessimismo como eu, a realidade às vezes é dura demais. Encontrar-me com a felicidade é algo tão inusitado, que por vezes desconfio de que é ela, de fato, que cruza meu caminho.
Estou me convencendo de que as pessoas não são como eu. De que elas não têm os mesmos valores, as mesmas crenças, o mesmo respeito pelo alheio, a mesma responsabilidade, os mesmos hábitos, os mesmos sonhos... Estes já não sei onde os guardei. Talvez, pela minha tamanha organização, tenha os colocado em uma gaveta com um adesivo "sonhos". Ou, tenha os esquecido e colocado com outro nome, como "ilusões". Estou buscando uma nova organização para a minha vida... Uma em que a minha loucura caiba. Talvez eu a chame de caos. Meus caos particular.
Cresci em um lugar onde só eu tinha chave. Um lugar que as outras pessoas não conheciam, que muitas vezes não procuraram se aproximar. E mesmo assim, este lugar foi diversas vezes invadido por aquilo que não me pertencia. Por visitantes que entravam e insistiam em bater não somente na porta, mas nas paredes. Houve aqueles que entraram de maneira suave, sempre trazendo algo para redecorar este meu lar. Eu os chamo de amigos, e só eles herdarão a chave da minha alma.
Espero que amanhã o céu esteja mais aberto às possibilidades de permanecer ensolarado... Gostaria de caminhar um pouco além das minhas próprias expectativas. De preferência para poder me encontrar.

sábado, 2 de abril de 2011

Sobre meu amor


Hoje é um dia especial. Assim como todos os outros dias se tornaram especiais quando te conheci. Desde que meu olhar se direcionou ao teu e você correspondeu de um jeito que só nós soubemos entender, desde que sua mão procurou a minha e não quis mais soltá-la, desde que meus braços só identificavam os teus e os procuraram todos os dias a fim de selar um abraço infinito... O meu sorriso é o espelho do teu. A minha alma sorriu quando eu percebi que o amor tinha batido a minha porta, esperado um tempo sentado, não desistido de entregar o presente; quando finalmente abri a porta e estava você, um anjo lindo! A eternidade será a nossa morada. E caminharei ao teu lado, mesmo distante, porque, no fundo, estamos indo para o mesmo lugar: a felicidade.
Eu te amo, amo mais do que possas imaginar, amo mais do que os outros possam crer, amo mais do que eu poderia pensar... Porque o amor não tem razão de ser, ele apenas É. Porque o nosso amor não tem explicação; tem compreensão. E que esse amor transborde para todo o Universo, AMÉM.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Questione-se


Caminhando por uma biblioteca, busco respostas nos livros que ali se encontram. Passo os olhos sobre as páginas amareladas, algumas com trechos rasgados e até com linguagem confusa, parecendo mais estar com palavras invertidas ou letras trocadas. Códigos. Talvez eu precise decifrá-los, aprofundar o meu conhecimento. Ou será que a verdadeira mensagem escondida é “o que você procura não está aqui”? São estantes gigantescas, completas de escritos. Procuro uma escada para alcançar aqueles que estão no topo; mas não tem nenhuma. Uso os livros mais grossos para servir de base para a minha subida. É um trabalho desgastante, a gravidade parece mais forte neste lugar. E a interrogação aumenta a cada passo. Estou pra chegar ao lugar mais alto, existe apenas um livro nesta prateleira. Abro o livro. Para meu espanto, existem apenas algumas linhas impressas: “O livro está em cima da mesa”. Quê livro? Qual mesa? Observo ao meu redor e, do alto da "escada", vejo na entrada da biblioteca uma mesa, a única com um livro sobre ela. Devo ter passado muita distraída. Ansiosa por respostas, vou em direção ao livro. Abro-o. Em branco, completamente em branco. Era só o que me faltava! Estou a ponto de lançá-lo longe, quando vejo um lápis na mesma mesa que parecia gritar “ESCREVA!”. Naquele momento percebi algo importante: há perguntas que só podem ser respondidas por você mesmo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mudança


Dias de adaptação. Tentando encaixar os blocos nos lugares certos,sabendo que nem sempre haverá espaços a serem preenchidos e que os blocos poderão ficar em suspenso. E o tempo continua sendo meu eterno companheiro. Resta-me esperar os próximos movimentos desta dança; não sendo boa em dar os primeiros passos, corro o risco de pisar nos pés alheios. Estou tentando seguir o movimento das águas, mas por enquanto me resguardo a sentar na margem, molhando meus pés.
Estou procurando uma paz escondida dentro de mim mesma. Uma pedra preciosa enterrada numa lápide fria e solitária, em meio a uma grande floresta, tão densa e sinistra quanto a confusão dos meus pensamentos. Talvez a cena esteja demasiadamente dramática, mas as fotografias que a compõe são assim mesmo. Espero não ficar paralisada como estas imagens. Pretendo pôr em movimento todos os rolos empoeirados do meu arquivo. A vida precisa continuar,mesmo com os obstáculos no caminho, com as frustrações em excesso... Eu só quero acordar de um sonho ruim.
Qualquer despertar é melhor que a agonia de um pesadelo. Estar acordado é melhor que um sonho que não existe, uma ilusão que não suporta teu peso, uma história que não te acrescenta em nada como personagem.
Espere pelos próximos capitulos deste romance/drama/suspense/nada ficção...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Voz da experiência


Hoje faz 21 anos que peregrino neste mundo. Como todos os outros anos eu busquei refletir sobre tudo que passei e por aquilo que está por vir. E percebi que aprendi muitas lições por onde andei e por onde me deixei ficar. Descobri tesouros que não teria feito na solidão dos meus pensamentos. Conheci verdades e "verdades"; escolhi ser verdadeira também.
Me apaixonei...Pela vida. Já fazia um tempo que ela me procurava e eu não a correspondia. Mas para tudo existe o tempo. Os aprendizados levam tempo. E eu serei eterna em meu aprendizado, porque meu caminho não tem uma pedra que o limite, só um horizonte que o expande.
Minha história pode ser lida através dos olhos dos que me conhecem e compreendida apenas pelos corações que me encontraram plenamente. Cada um carrega um capítulo do livro da minha vida. E talvez seja um capitulo na vida deles também, ou talvez um mero parágrafo, uma palavra ou uma página em branco,ainda a ser escrita.
O céu de hoje me mostrou a grande lição a ser aprendida: há um horizonte negro, cerrado de nuvens prontas a despender um aguaçeiro e outro, com um lindo pôr-do-sol rosa e iluminado; na nossa vida há sempre escolhas,uma delas é qual horizonte a seguir.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Esperança


Hoje tirei o dia para pensar. Todos os dias pensamentos voam por entre as paredes internas da minha mente. Mas hoje resolvi que alguns deveriam pousar para serem melhor vistos.
A nossa vida é feita de escolhas e você concordando ou não, a escolha é sempre sua. Ainda somos donos da nossa existência. Se o destino ou Ele fez planos pra nós,sabemos que escrever certo com linhas tortas pode deixar a sua biografia um tremendo garrancho. Daqueles que dá vontade de passar a borracha e reescrever. E isso acaba acontecendo de tempos em tempos.
Eu tenho dificuldade de admitir que os olhos dos outros são mais perspicazes que os meus. Não é porque você está no olho do furacão que está no domínio da situação. Justamente por estar lá dentro não vê os infinitos caminhos que pode tomar; e nisso destrói tantas coisas por onde passa que, na certa, não tinha a menor intenção.
Quer medir o tamanho do estrago? Quem está do seu lado agora... As pessoas ou o problema? Não adianta se lamentar...Sempre haverá dias que terminarão nublados. Resta a você saber que sempre existirá um Sol por trás das nuvens negras.
E eu vou esperar por ele. Nem que seja por essa janela embaçada de chuva... Porque enquanto minha luz estiver acesa,ele poderá me achar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Por trás de Narciso


Na nossa vida colhemos o que plantamos. E ainda plantamos para os outros colherem, colhendo o que os outros plantaram. Precisamos mais do que nosso próprio umbigo, mas isso não é exatamente uma novidade, já que desde que nascemos dependemos deste fato (que o diga a nossa progenitora). Mesmo assim existem pessoas que se juram filhos de chocadeiras, independentes e evoluídos o suficiente para não precisarem nem do ar que respiram. Estupidez.
Narciso não gosta de espelho. Principalmente se for p/ refletir seu ego(ísta) modo de pensar e agir. Reis que do alto de seus tronos, onde descansam os traseiros, querem por fogo no mundo e serem lembrados pela eternidade das cinzas que deixarem. Imersos em leitosos banhos de puro gozo, transpiram luxúria por todos os poros e orificios imagináveis e existentes. Alimentam-se dos olhares invejosos e da veneração míope de suditos sem nenhuma auto-estima ou senso critico confiável.
E serem vistos por olhos mais atentos se torna uma ameaça, pois máscaras são úteis por algum tempo,mas elas sempre caem. E por baixo dessa expressão lasciva há uma medusa pronta para te transformar em uma pedra sem sentimento...
Narciso não gosta de espelho, porque ele mostra sua face, deixando-o vulnerável a si mesmo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Eu sou você,hoje


Olho no espelho da minha alma à procura do teu reflexo. Reflexo que nunca vi, mas que tenho saudades. Será você aquela que já fui? Ou serei eu, a tua imagem e semelhança? Se eu não te conheço, muito menos o sei de mim. Estrangeira dos meus pensamentos... O que procuro em ti, além de mim mesma? Esteja talvez a procura de uma desculpa para ser como sou, não sendo o que outros queiram de mim, querendo ser mais do que estou sendo, sabendo que posso acabar como eu mesma. Confusão? Ninguém disse que estava aqui pra facilitar alguma coisa. Minha ignorância não me deixa ir além do infinito, minhas asas só sobrevoam o passado e meus olhos continuarão fechados enquanto eu estiver com a mente aberta... Tão aberta que pode não voltar para mim.
Enquanto isso eu estarei aqui, esperando uma resposta tua. Esperando que aonde quer que estejas (mesmo que dentro de mim), tenha ouvido a minha respiração e caminhe para me encontrar.

Não me abandone


Não me abandone. Neste momento o que menos preciso é ficar só. Mesmo estando com algumas feridas abertas, mesmo a dor ainda ocupando os espaços vazios, me despi da armadura e arrisquei minha alma para te alcançar. Então, não diga agora que precisa partir. Não me diga pra onde e nem porquê. Você sabe que vou permanecer aqui,esperando que regresse e, com sorte, que desista de uma nova jornada onde eu não possa estar ao teu lado.
Não me abandone. Eu sei o quanto o mundo é grande, que infinitas possibilidades existem... Mas não estou pronta para caminhar tanto. Não me fortaleci o suficiente fazer um caminho oposto ao seu. Meu coração não é tão maduro quanto a minha cabeça e talvez por isso mesmo eles gostem tanto de brigar. Meu temor é te perder e não mais reencontrar... Chorar até meus olhos queimarem, curvando-me até caber na palma da mão.
Não me abandone. Porque os livros não são a minha morada, nem as palavras meu alimento. Porque o abraço que preciso só você pode me dar. Teus braços são o meu verdadeiro abrigo; teu sorriso é o que preciso para me sentir viva. E se meu amor não for suficiente para te convencer a ficar, talvez eu me transforme num ponto de luz neste imenso céu e quando sentires a minha falta, olharás para o alto; se mesmo assim a saudade não cessar, grita meu nome e terá uma estrela cadente em teu colo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Labirinto


Lançados na existência. Energia livre que se transforma em matéria condensada, tão vulnerável quanto complexa. Estrutura física que serve de prisão particular para um espirito que busca aprendizados. Aprendizados estes que só se fazem conhecer plenamente pela experiência de vida, construída por meio de um labirinto de escolhas e promessas. Caminhando por entre este labirinto de dúvidas e armadilhas, somos levados a diversas direções, inclusive uma que nos leve a bater direto em uma parede. Continuamos seguindo sem saber se fizemos a escolha certa, esperando não bater novamente em outra parede. Há aqueles que são teimosos, e quando não quebram a parede, quebram a cabeça. Outros sabem que muitas vezes para se dar um passo a frente precisamos dar dois passos para trás. E no fundo, todos sabemos do inevitável destino que nos reserva ao chegar no final deste labirinto, pois a saída dele é também a nossa saída...DA VIDA.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Relógio parado


Nesta casa o passado vive. Entre os quadros antigos e as fotos amareladas, sinto o pulsar dos relógios de ponteiros parados. Na mobília que não mudou de lugar esbarro com as minhas lembranças, no silêncio dos quartos eu tampo os ouvidos para não machucá-los com os gritos de raiva e os gemidos de dor...
Isso não se chama saudade. Na minha ingenuidade infantil não via o que as cortinas cobriam, os que as portas trancavam, o que as pessoas escondiam(de si mesmas). É triste macular o que se foi; é penoso ver que o pretérito imperfeito ainda circula por entre os cômodos.
Espero poder seguir. Sabendo que a família é a minha base,mas também é o meu poço... Desejando fotografias de um futuro mais feliz. Porque nesta casa, o passado ainda vive.