quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Questione-se


Caminhando por uma biblioteca, busco respostas nos livros que ali se encontram. Passo os olhos sobre as páginas amareladas, algumas com trechos rasgados e até com linguagem confusa, parecendo mais estar com palavras invertidas ou letras trocadas. Códigos. Talvez eu precise decifrá-los, aprofundar o meu conhecimento. Ou será que a verdadeira mensagem escondida é “o que você procura não está aqui”? São estantes gigantescas, completas de escritos. Procuro uma escada para alcançar aqueles que estão no topo; mas não tem nenhuma. Uso os livros mais grossos para servir de base para a minha subida. É um trabalho desgastante, a gravidade parece mais forte neste lugar. E a interrogação aumenta a cada passo. Estou pra chegar ao lugar mais alto, existe apenas um livro nesta prateleira. Abro o livro. Para meu espanto, existem apenas algumas linhas impressas: “O livro está em cima da mesa”. Quê livro? Qual mesa? Observo ao meu redor e, do alto da "escada", vejo na entrada da biblioteca uma mesa, a única com um livro sobre ela. Devo ter passado muita distraída. Ansiosa por respostas, vou em direção ao livro. Abro-o. Em branco, completamente em branco. Era só o que me faltava! Estou a ponto de lançá-lo longe, quando vejo um lápis na mesma mesa que parecia gritar “ESCREVA!”. Naquele momento percebi algo importante: há perguntas que só podem ser respondidas por você mesmo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mudança


Dias de adaptação. Tentando encaixar os blocos nos lugares certos,sabendo que nem sempre haverá espaços a serem preenchidos e que os blocos poderão ficar em suspenso. E o tempo continua sendo meu eterno companheiro. Resta-me esperar os próximos movimentos desta dança; não sendo boa em dar os primeiros passos, corro o risco de pisar nos pés alheios. Estou tentando seguir o movimento das águas, mas por enquanto me resguardo a sentar na margem, molhando meus pés.
Estou procurando uma paz escondida dentro de mim mesma. Uma pedra preciosa enterrada numa lápide fria e solitária, em meio a uma grande floresta, tão densa e sinistra quanto a confusão dos meus pensamentos. Talvez a cena esteja demasiadamente dramática, mas as fotografias que a compõe são assim mesmo. Espero não ficar paralisada como estas imagens. Pretendo pôr em movimento todos os rolos empoeirados do meu arquivo. A vida precisa continuar,mesmo com os obstáculos no caminho, com as frustrações em excesso... Eu só quero acordar de um sonho ruim.
Qualquer despertar é melhor que a agonia de um pesadelo. Estar acordado é melhor que um sonho que não existe, uma ilusão que não suporta teu peso, uma história que não te acrescenta em nada como personagem.
Espere pelos próximos capitulos deste romance/drama/suspense/nada ficção...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Voz da experiência


Hoje faz 21 anos que peregrino neste mundo. Como todos os outros anos eu busquei refletir sobre tudo que passei e por aquilo que está por vir. E percebi que aprendi muitas lições por onde andei e por onde me deixei ficar. Descobri tesouros que não teria feito na solidão dos meus pensamentos. Conheci verdades e "verdades"; escolhi ser verdadeira também.
Me apaixonei...Pela vida. Já fazia um tempo que ela me procurava e eu não a correspondia. Mas para tudo existe o tempo. Os aprendizados levam tempo. E eu serei eterna em meu aprendizado, porque meu caminho não tem uma pedra que o limite, só um horizonte que o expande.
Minha história pode ser lida através dos olhos dos que me conhecem e compreendida apenas pelos corações que me encontraram plenamente. Cada um carrega um capítulo do livro da minha vida. E talvez seja um capitulo na vida deles também, ou talvez um mero parágrafo, uma palavra ou uma página em branco,ainda a ser escrita.
O céu de hoje me mostrou a grande lição a ser aprendida: há um horizonte negro, cerrado de nuvens prontas a despender um aguaçeiro e outro, com um lindo pôr-do-sol rosa e iluminado; na nossa vida há sempre escolhas,uma delas é qual horizonte a seguir.