sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Retornei... Como que de várias noites dormindo um sono que não era meu. Com uma sensação de ter visto pessoas desconhecidas, situações estranhas, sentimentos alheios. Ou talvez, quem estivesse dormindo não fosse eu... Fosse você.
E a incerteza sempre se revela entre o estar de olhos fechados e o estar com a mente aberta. Acabo percebendo que encenei o ato errado; entrei no palco da vida fora do contexto da história e tive que improvisar feito um palhaço que não agrada na primeira piada. E é tão difícil se dar conta que o roteiro não vem com o seu nome, que a iluminação não está apropriada para mostrar sua face e que, no fim, a sua personagem não passou de uma ilusão para confundir o espectador.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

John


Jeito meu de te homenagear
Onde espero poder plenamente me expressar
Hoje tenho um brilho no olhar
Nisso, uma parcela considerável posso lhe culpar

Levo o sonho que cantastes no bolso da minha alma
Energia que percorre o meu caminho
Na tua arte, deposito o meu fascínio
No teu semblante,sublime,eu procuro a minha calma
Ontem tinhas quatro décadas de pura vida
Nesse instante fazem três da tua partida

John Lennon (1940-1980)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sui caedes


As folhas das árvores já estão todas no chão
O vento uiva forte ao meu ouvido
Caminho acompanhada da mesma solidão
Buscando algum tipo de sentido

Repouso o meu corpo no balanço
Indo e vindo,imersa num estranho topor
Com as mãos trêmulas eu alcanço
O que resta da luz do sol ao se pôr

Eu fico falando sem palavras
Os galhos balançam em resposta
Os sombras espiam, severas
Maquinando alguma aposta

"Vai virar comida de corvo"
"Os lobos a devorarão"
"Árvores com adubo novo"
"...demônio sem compaixão"

Esta última gritava à solidão
Que a corda do balanço enrolava
No pescoço da menina enebriada
Sem nenhum tipo de reação